BEM-VINDO!

Este espaço foi criado antes da reactivação do Núcleo de Arquitectura Paisagista da Universidade do Algarve (NAPUA) que se deu em Junho de 2011.

O blog oficial do NAPUA é http://www.nucleoapualg.blogspot.com/

E-mail: ap.ualg@gmail.com

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Código de Ética e Conduta Profissional dos Arquitectos Paisagistas Portugueses


ANTES: Lixeira, AGORA: Parque Ecológico do Funchal


"Caros Amigos / Caríssimas Amigas

A lixeira da Ribeira das Cales foi durante vários anos um dos pontos negros do concelho do Funchal e um péssimo cartaz da Madeira, atendendo à sua localização junto à estrada por onde diariamente passam milhares de turistas a caminho do Pico do Areeiro e do Norte da Ilha.

Em Março de 1994 foi criado o Parque Ecológico e logo foram tomadas medidas visando o encerramento do vazadouro, que era claramente incompatível com os objectivos de recuperação dos ecossistemas e conservação da Natureza da nova estrutura de educação ambiental.

Em Maio de 1994 terminaram as descargas de resíduos sólidos e seguiu-se o depósito das terras necessárias à recuperação da paisagem.

No dia 21 de Março 1995 começaram as acções de plantação de espécies indígenas com a participação de alunos de várias escolas do concelho e dum grupo de guias intérpretes, que voluntariamente fizeram questão de colaborar no nascimento dum recanto atractivo onde outrora havia algo que denegria a imagem da Madeira.

Quinze anos após a criação do Parque Ecológico do Funchal, a área da lixeira é agora um campo florido onde predominam os extraordinários massarocos (Echium candicans), arbustos endémicos da Madeira.

Ao passar pela Ribeira das Cales as minhas amigas guias já não contam histórias para desviar a atenção dos turistas do monstro fumegante.
Agora passam devagar e explicam aos visitantes que aquelas flores azuis e lilases são 'Pride of Madeira'.

Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal"

Fonte do texto: http://www.apap.pt/

Festival de Jardins - Ponte de Lima

O Festival de Jardins em Ponte de Lima está já na sua 5ª edição e está aberto ao público até ao dia 30 de Outubro. Os projectos apresentados têm vindo a aumentar de ano para ano e registam-se participantes das mais variadas nacionalidades (Argentina, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Chile, China, Colômbia, Espanha, França, Irão, Irlanda, Itália, Líbano, Portugal, República Checa, Sérvia, Venezuela...).

"O grande objectivo deste, primeiro, Festival do género em Portugal é reafirmar essa imagem de Ponte de Lima a nível nacional e internacional e contribuir para o movimento, cada vez mais necessário, que restabeleça o equilíbrio da paisagem e dos espaços verdes com a fúria desenfreada das construções urbanas desprovidas de gosto e do complemento obrigatório das flores e da arte dos jardins.Façam deste espaço um exercício de liberdade e quiçá um palco de alerta e de mensagem para as grandes questões da terra, do ambiente e da cultura para que possamos humanizar mais, muito mais, a sociedade do futuro.”
[Daniel Campelo, Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima - 2005]

O tema do Festival deste ano é "As Artes no Jardim." Exemplo disso é o jardim que se segue - Jardim dos Origamis.

Para o próximo ano o tema será "Kaos".

Para os que já têm a cabeça a fervilhar de ideias geniais segue o Regulamento:


A planta em AutoCad encontra-se disponível para descarregar, no site oficial do evento.


Se não tiverem possibilidade de se deslocar a Ponte de Lima, deêm uma olhadela no site. Vale realmente a pena! Quem for ao Festival...pf partilhe a experiência! Ficamos à espera.

Um muito obrigada à Ana Silva pela achega! =) Realmente a referência ao Festival de Jardins de Ponte de Lima não podia falhar no nosso blog.

Fonte da imagem:
Redacção: Andreia Martins

domingo, 30 de agosto de 2009

Vamos Limpar o Mundo 2009

Para quem mal pode esperar por dia 20 de Março de 2010 e quer começar a "tratar da saúde" ao lixo já, já, já, já aqui vai uma sugestão:



no próximo dia 20 de Setembro, os Núcleos da Quercus de Castelo Branco e Portalegre vão levar a cabo uma acção de limpeza no Rio Tejo e algumas ribeiras, junto a Vila Velha de Rodão.


O objectivo é recolher o máximo de lixo possível que no final será pesado numa báscula e colocado em contentores adequados. No final da actividade, haverá uma acção de sensibilização para os utilizadores daquele troço de rio que alertará para os perigos que representa o lixo em ambientes naturais, tais como, o risco de incêndio e o perigo para a fauna.Todos os anos milhares de animais morrem ou ficam mutilados devido a ingestão de lixo como plásticos, redes, etc.Na região é frequente dar entrada nos centros de recuperação de fauna, cegonhas e outros animais mutilados e com lesões devido à presença de lixo no meio natural. Este lixo, que muitas vezes é transportado para os ninhos destas aves, pode provocar a morte das crias. O lixo também causa impacto visual, numa zona onde se pretende potenciar o turismo de natureza."

"No dia 20 de Setembro serão organizados vários grupos de participantes que irão percorrer de barco, canoa e a pé as margens do Rio Tejo, as ribeiras de Açafal, Enxarrique e ribeira de Vilas Ruivas assim como a “ilha dos pescadores”, recolhendo lixo e diverso material aí encontrado assim como sensibilizando os utilizadores das margens do rio e os pescadores.Esta iniciativa conta com o apoio da Empresa Incentivos Outdoor."

"Programa:
9h00- Encontro dos participantes no cais de Vila Velha de Ródão.
9h30- Acção de limpeza nas margens do Rio Tejo, nas ribeiras de Açafal, Enxarrique e ribeira de Vilas Ruivas assim como a “ilha dos pescadores”
11h30- Regresso ao cais de Vila Velha de Ródão
12h30- Almoço
14h30- Continuação da acção de limpeza
18h00- Acção de sensibilização dos utilizadores do rio.Para a realização desta actividade será conveniente levar calçado e roupa confortável, chapéu ou impermeável (dependendo do estado do tempo), água e luvas resistentes."


Inscrição (gratuita): castelobranco@quercus.pt
Informações:
Quercus A.N.C.N.- Núcleo Regional de Castelo Branco
R. Dr. João Frade Correia Lote 7, loja direita, fracção B
6000-352 Castelo Branco - PORTUGAL
tel/fax:++351 272 324 272
[o texto citado e as fotografias apresentadas são da autoria da Quercus]
Andreia Martins
Clementina Neves

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pólis Litoral Ria Formosa

"O novo sítio da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa já está online, apresentação toda a programação do processo e as informações fundamentais para saber o estado dos trabalhos. Como grandes áreas temáticas, o site contém – entre outras – a descrição do programa Polis Litoral em todo o país e do programa específico destinado à Ria Formosa, a área de intervenção, os projectos em curso ao longo dos cinco anos de programa, os investimentos previstos e os financiamentos. Além de conteúdo noticioso, o sítio disponibiliza ainda as publicações e documentos relevantes, assim como fotografias de várias zonas da área de intervenção, dos trabalhos em curso e dos eventos que decorrem no âmbito do programa. O sítio do Polis Litoral Ria Formosa está acessível em http://www.polislitoralriaformosa.pt/."

terça-feira, 25 de agosto de 2009

PELA VALORIZAÇAO DO PONTAL - Petiçao Pública

A Almargem convida, em nome do MDP - Movimento de Defesa do Pontal - para ser dos primeiros signatários da Petição Pública "Pela Valorização do Pontal".
A petição está disponível em:
No último campo, "Verificação", deverá colocar os números e letras (respeitando as maiúsculas) que se encontram no rectângulo colorido imediatamente abaixo.A sua profissão - se a quiser referir - deverá ser colocada no campo "Comentários". Toda a dinâmica do MDP poderá ser acompanhada e enriquecida através do Blog "Defesa do Pontal" e do Site "Movimento de Defesa do Pontal".

INICIATIVA - Vamos Limpar Portugal ?

O que acham de limpar a Floresta Portuguesa num só dia?
Difícil?

Certamente. Mas com a colaboração de todos é possível.
Foi possível na Estónia: no dia 3 de Maio de 2008 cerca de 50.000 voluntários limparam mais de 10 mil toneladas de lixo!
Agora é a vez de Portugal. A acção está agendada para dia 20 de Março de 2010.

Informem-se e registem-se em:

Acreditem... É muito mais giro do que ter um hi5 ou um Facebook =D

Contamos com a colaboração de todos! Vamos dar andamento a este projecto!

Na Estónia foi assim:


Esperemos que a 20.03.2010 o cenário em Portugal seja semelhante.
Andreia Martins
Clementina Neves

Green Festival 2009

O Green Festival trata-se dum evento de referência na área da Sustentabilidade em Portugal. A 2ª edição deste festival vai decorrer entre os dias 18 e 25 de Setembro no Centro de Congressos do Estoril.

Em 2008 foi assim:


E em 2009? Vamos marcar presença?

Site Oficial do Festival:
Clementina Neves

ALMARGEM - Construção nas Arribas

Face à mediática derrocada registada na praia Maria Luísa em Albufeira, a Almargem manifesta a sua opinião face ao sucedido e às medidas tomadas pelo Ministério do Ambiente. Uma visão crítica, abrangente e bem fundamentada, que vale a pena ser lida e tida em consideração.

Andreia Martins


"Torna-se necessário travar a ocupação das arribas litorais. No rescaldo da trágica derrocada registada, na passada semana, na Praia Maria Luísa (Albufeira), o Ministério do Ambiente decidiu levar a cabo o desmantelamento parcial do bloco de arenito que esteve no centro do acidente. Apesar de compreensível, a decisão, que foi desde logo apoiada pessoalmente pelo próprio Ministro do Ambiente, em férias no Algarve, face à pressão da opinião pública e perante as proporções humanas mas também mediáticas que o acidente tomou, não pode contudo ser encarada de ânimo leve. Não que não se considere que a mesma não constitui uma medida necessária de manutenção da segurança pública, mas sim porque a mesma encerra em si um claro sinal de ausência de percepção do que está realmente em causa. As zonas de arriba que estão consideradas como de maior risco (Sensibilidade à erosão média-elevada) estão há muito identificadas pelas autoridades regionais – CCDR Algarve, agora substituída pela ARH Algarve, no que diz respeito a estas competências. As zonas de risco mais elevado localizam-se em dois troços do litoral central do Algarve: o troço de arriba rochosa (calcária) entre a Praia dos Três Castelos/Prainha e a Praia da Rocha (Portimão) – destacando-se o troço entre a Praia do Vau e esta última - e o troço entre Albufeira e Olhos de Água, constituído na sua maioria por arriba rochosa (calcária), e por arriba arenosa (arenítica) entre a Praia Maria Luísa/Torre da Medronheira e os Olhos de Água, justamente na zona onde agora se deu a derrocada. São estes dois troços que registam anualmente os maiores deslizamentos em massa (derrocadas). Existem igualmente outros três troços considerados de médio risco:

1)entre a Ponta da Piedade e Lagos, particularmente na Praia de D. Ana– área já intervencionada após ocorrência de derrocada;
2) entre o Carvoeiro e a Senhora da Rocha, particularmente nas arribas (sobreocupadas) sobranceiras ao Carvoeiro;
3) e entre a Praia da Galé e São Rafael/Ponta da Baleeira.
No entanto, o que mais salta a vista neste cenário de risco é que quase todos os troços referidos estão já fortemente ocupados por urbanizações, muitas delas em plena arriba, e nos quais surgem regulamente (ainda mais) novas construções - Praia da Galé, São Rafael/Ponta da Baleeira, Olhos de Água…. Para mais, o único troço que ainda se apresenta parcialmente livre, entre o Carvoeiro e a Sra. da Rocha, e o qual foi já objecto recentemente de uma intervenção de urgência – em Vale Centianes –está agora na mira de promotores imobiliários, estando previstos 3 projectos imobiliários, dois na zona do Farol da Alfanzina e na Praia do Benagil, , e outro já próximo da Sra. da Rocha todos no concelho de Lagoa. É este o cenário que o Sr. Ministro deveria ver, aproveitando o facto de, mesmo como cidadão em férias, poder tomar conhecimento de uma realidade que não pode mais ser tapada com a peneira. A noção de risco prevê alguma imprevisibilidade, sendo mais correcto assumir estas zonas como de maior ou menor risco potencial, quer em face da maior sensibilidade face aos factores naturais (agentes erosivos) que contribuem para a actividade das arribas como sejam a acção do mar e das marés, mas também a chuva e a própria acção do Homem, particularmente derivada da ocupação por construções e da circulação de veículos – que contribuem mais ou menos directamente para perturbar um sistema já por si muito dinâmico e frequentemente instável. A juntar a esta notória incúria das autoridades, ao nível da incapacidade ou inércia para travar o betão sobre a costa, fica mais uma vez clara a ausência da noção de risco por parte da população em geral, que parece ignorar os avisos, mesmo os mais evidentes.

Para a maioria, o risco simplesmente não existe – porque haverá de acontecer agora ? – afinal só acontece aos outros... Apesar dos episódios de derrocada ocorrerem normalmente no Inverno, perante a maior acção dos agentes erosivos, longe da vista dos turistas de Verão e dos holofotes da Comunicação Social, a reunião de um conjunto de factores leva, de vez em quando, a que tal aconteça, como desta vez, em plena época estival. Infelizmente, o suposto interesse superior da manutenção da imagem do Algarve continua a não deixar ressaltar a necessidade imperiosa de seriamente se definir zonas realmente de risco, e se necessário interditá-las, como aconteceu há alguns anos em Vale do Lobo, por acção do INAG, por muito que isso custe. Não há pois lugar a alternativas, sejam elas cosméticas, como a que se tomou há alguns anos atrás com a betonização das arribas de Albufeira, posteriormente adornadas de coloração ocre, ou outras claramente populistas e de razoabilidade duvidosa como as que agora são propostas pelo próprio Ministro do Ambiente – a demolição de todas as arribas instáveis. De facto sem arribas não haverá derrocadas… mas então o litoral transformar-se-ia num estaleiro permanente de obras. As construções que estão sobre as arribas, essas, lá continuarão, perante a indiferença das autoridades e do Ministro do Ambiente até que um dia aconteça o que ninguém quer… O acidente da Praia Maria Luísa veio demonstrar que situações como esta podem ocorrer mesmo onde menos se julgava ser provável que aconteça. Continuaremos assim a assistir à continuação da ocupação do que resta do litoral algarvio, mesmo à revelia das novas evidências científicas, mesmo ao arrepio de um cenário cada vez mais evidente de subida do nível médio do mar, mesmo em zonas de risco conhecido, quer por anuência de planos (já consumados) e decisores, mas igualmentepor intervenções com impacte sobre a dinâmica do litoral - construções de marinas, obras de pseudo protecção…Mas se em vez de uma derrocada natural, tivesse ocorrido um fortesismo, com impacto directo sobre as inúmeras construções no litoral sobre as arribas, ou mesmo um maremoto/tsunami, cujo risco, apesar de menor probabilidade de ocorrência, existe sempre, o desfecho seria certamente muito mais trágico do que na situação agora ocorrida. E situações destas podem acontecer – só não sabemos quando e em que escala…

Loulé, 25 de Agosto de 2009

A Direcção

Almargem


Contacto: Luís Brás (967170788)"

Fontes das Imagens:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju3pcqI5oMleFxAUOuNM8_4pYMxHGmARmFWbBn6NqUL6ibe0BNBDbn75Dp3rGsBjtu9M05YgMhLpDDrppGR3eIx1d4hi8aV9JRaWopmqaWrSmLe6EtwaIR0c2K0NiVkOygKr6YvTPJjTLe/s320/danger.JPG
http://mediaserver.rr.pt/newrr/algarve-albufeira16971601_400x225.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxzzo4qGuLdlVZ5iiUILQiIvl6eUvscCgA2agLhSVOAWSjZFHL1vxwmaktB9hgqvs3Xug7xeCQ-MrAVVjEkdO16ldWDQ97bT6xPSDfmR08DDkRwSOJ5n44ctsdWKsntNyuSNdcpgldnCM/s400/almargem-algarve-ambiente01jg6.jpg

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Anfiteatro da fonte grande – Alte

Este post surgiu devido ao facto de nós estudantes de Arquitectura Paisagista não conseguirmos fazer um passeio sem que tenhamos de criticar (construtivamente, claro!) o que é feito por aí.
Eramos quatro gatos-pingados, Turis, Guida, Sakura (Andreia) e Rúben. Passámos um belo dia em Alte (para saber mais acerca de Alte cliquem aqui), onde visitámos a casa da avó da Guida (Muito obrigado Guida!!), e almoçamos lá, debaixo de uma alfarrobeira com vista para os montes. Em seguida fomos passear à fonte grande, e foi aí que nos deparámos com o Anfiteatro da fonte grande.
O Anfiteatro da fonte grande em Alte é uma das 24 acções levadas a cabo pelo plano de reabilitação Urbana de Alte. Segundo a “Algarve Maximus” este plano tem como objectivo a valorização da Aldeia de Alte, tendo em vista a protecção do património monumental e ambiental de forma compatível com a valorização e qualificação dos espaços públicos, com equipamentos e infra-estruturas de apoio à população. (Para mais pormenores visitar o link) Desconhecendo tais obras (exceptuando-se o Anfiteatro da fonte grande), não posso afirmar se tais objectivos foram cumpridos. Mas encontrei uma entrevista efectuada pela “Voz de Loulé”, por Helder Raimundo a Daniel Vieira, “lídimo habitante da aldeia, professor e artista plástico, um homem permanentemente preocupado com a imagem arquitectural da sua terra. E sobretudo com a face cultural exógena que ela transmite a quem a visita.” Onde já se tinham efectuado diversas obras pertencentes ao plano de reabilitação Urbana de Alte, mas o Anfiteatro em questão ainda estava a ser projectado. É interessante reparar na previsão efectuada por Daniel Vieira quando se baseou no que já tinha sido feito para se referir ao futuro projecto. Leiam por vocês:
“«A Voz de Loulé»: Então e o teu velho sonho de um anfiteatro “à grega” na Fonte Grande?

O anfiteatro, se vai ser da mesma linha das outras coisas, também acho que não se devia gastar dinheiro ali. Eu sempre vi um anfiteatro simples, à “grega”. Podia-se passar a cultura mediterrânica, podia-se ter feito tudo aqui. Mas estou a ver a mesma linha de arquitectura. Agora, até queriam que os assentos fossem de pedra polida. Ora, eu sento-me lá há 60 anos e nunca me queixei do cú. Aquilo que era um sítio rústico, romântico... mas parece que o arquitecto tem razão, as coisas foram aprovadas por nós todos. Mas mediante o que se vê na Casa da Criança e na Biblioteca, ninguém sabe o que é que dali vai sair. Acho que as pessoas não ligam nada. Acho estranho que a comissão não faça nada, apesar de no outro dia não ter aprovado as pedras polidas. Se calhar vão estragar o monte. Eu e o Joaquim Mealha [ex-técnico de desenvolvimento da Câmara Municipal de Loulé] achámos que realmente o melhor sítio seria um bocado mais abaixo, a sul, em frente à ponte de pedra. Mas todos aprovaram aquele local, por causa do palco. Mas se vão fazer outro no chão, não destruiam a montanha. Infelizmente, já deitaram muitas árvores abaixo.Eu hoje já estou arrependido, de quando apresentava os festivais de folclore e referia a beleza que poderia ter um anfiteatro na Fonte Grande, porque tenho receio do que ali poderá surgir. E lembro a palavra de um altense que disse, com desgosto, que o que há de mais bonito em Alte está a ser destruído.”

Aconselho a ler a entrevista na íntegra (para isso vejam aqui).

Descrição deste espaço efectuado pelo próprio site da junta de freguesia de Alte:

“A ribeira de Alte tem aqui as suas duas nascentes mais importantes, uma situada junto ao palco e a outra, o Olho-de-boi, mais acima, que só é visível quando chove muito.
Este espaço é muito apreciado pela sua piscina de água natural, construída na década de oitenta e que faz a alegria de “miúdos e graúdos” na época do Verão.
O parque de merendas oferece excelentes condições para se fazerem piqueniques e churrascos.
Na zona em frente à nascente existe uma escultura de Camões, feita em pedra natural, da autoria de José Cavaco Vieira.
A Fonte Grande é palco de uma das maiores festas altenses, a Festa do 1º de Maio. Esta assenta num festival de folclore que se inicia com o desfile, pelas ruas da aldeia, de vários grupos folclóricos, culminando com a sua actuação, neste espaço, onde se pode também saborear os pratos, doces e licores típicos da região.
Ao longo de todo o ano decorrem aqui outros eventos, de cariz muito diversificado.
Em 2005, no âmbito do Plano de Reabilitação Urbana de Alte, foi criado o anfiteatro, camarins e novos sanitários, dotando este espaço de melhores condições para a realização de espectáculos.”

Breve descrição do espaço já existente antes do projecto:
O espaço que já existente antes do projecto está construído acima de tudo com pedra natural da região (rocha cálcaria), constituindo um espaço de merendas, pontes que atravessam a piscina natural, e muros de suporte de terras. É um espaço acima de tudo de lazer, onde o utente se encontra com a natureza. Este espaço ainda tem uma componente virada para o espectáculo, contendo um pequeno palco (também de rocha calcaria), onde são feitos pequenos espectáculos durante o verão, sendo o maior no dia 1 de Maio, altura em que a região acolhe uma feira na semana cultural de Alte (acaba no mesmo dia).
























Piscina natural abastecida pela fonte grande de Alte.





















Espaços adjacentes à piscina natural.























Vista para a direita da ponte: Estabelecimento comercial (Restaurante/café) adjacente á piscina com um parque de merendas perto.























Vista para a esquerda da ponte: Foi quando nos deparámos com isto que chegamos à conclusão que a piscina natural, que é fornecida com água da fonte, tem um sistema de retenção de águas. Durante o verão a ribeira está quase sempre seca (o que acontece constantemente nas ribeiras do Algarve).























Árvores de arruamento junto á piscina natural. (Não identifiquei a espécie, por isso pessoal toca a procurar que espécie é esta e digam qual é… Vá! É suposto todos participarmos! Hehe).

O Anfiteatro da Fonte Grande:

















O anfiteatro está posicionado de frente para o palco existente no espaço, tendo uma estrada/caminho (pouco usada) a separar. Está inserido na encosta de um pequeno monte. Como se pode ver ao lado.

Só pela foto já nos apercebemos de alguns materiais usados e da imponência que esta estrutura provoca no espaço. Como se pode ver o anfiteatro é constituído por três partes ligadas apenas pela escadaria, cada uma destas partes possui três bancadas para os utentes se sentarem. Entre cada parte do anfiteatro encontra-se terreno natural. Além do anfiteatro existem outras estruturas pertencentes ao mesmo projecto: Um edificio, talvez de apoio às actividades efectuadas no espaço, e uma zona de merendas (Ver fotos abaixo).








































Uma das três bancadas (são idênticas).

Materiais:















Pavimentos da zona de escadaria a zona de bancadas e a sua divisão: Ardósia, metal (não identifiquei), madeira.



















A zona mais alta do anfiteatro. Os bancos são de pedra polida (mármore). Não são indicados para uma zona ao sol, pois a pedra sobreaquece e quem sofre é o nosso bumbum (A Sakura que o diga!)
















Pormenor onde se repara a ardósia nas escadarias, a madeira, e o metal aço córten, tipo aquele que se encontra á porta da biblioteca de Gambelas.




















Primeira escadaria, onde é visível o uso de pedra calcária clara.

















Pormenor da zona de merendas (Inserido no projecto) adjacente ao anfiteatro. Uma vez que as arvores ja se encontravam no espaço construiram como que uma moldura de calçada à volta das alfarrobeiras que ali se encontram.
























Zona de merendas adjacente ao anfiteatro. (não tenho uma foto melhor... Não sou perfeito!!)

Esta zona é maioritariamente constituida por rocha calcária (calçada e muros), mas o mobiliário urbano é constituido por materiais metálicos.

Em relação aos materiais, parece-me a mim, que estão pouco adequados ao local, pois não respeitam os que já lá existiam. Juntamente com a formalização rectilínia do projecto, os materiais vão proporcionar uma imposição no espaço um pouco excessiva.

Vegetação:
























































A vegetação é maioritariamente composta por Alfarrobeiras (Ceratonia siliqua), Alecrim (Rosmarinus officcinalis), Murta (Myrtus communis), Palmeira-Anã (Chamaerops humilis).

O elenco de vegetação escolhido é adequado ás características do local - espécies autóctones.
Vistas:




































Vistas das três bancadas para o palco.



















Vista de cima da escadaria.
























Existe um espaço sem bancada, não sei qual o propósito, mas penso que seja para ficar de pé!?


Conclusão:

  • Este espaço prima pela adaptação do projecto ao relevo existente e pelo elenco floristico escolhido.
  • Mas devido á formalização rectilinea e imponente, conjuntamente com os materiais escolhidos este espaço impõe-se negativamente ao espaço em que está inserido.
  • Para uma melhor crítica, será interessante visitarem o local e trocarmos opiniões e ideias aqui no blog. Quem já conhece o espaço por favor comente.
Para finalizar aqui vai outro pormenor:
























Estátua de Luís Vaz de Camões, que pelos vistos tambem deu que falar, senão vejam.

Créditos:
Redação: Rúben Pires
Fotografia: Rúben Pires

Patrocínios:
Transporte - Turis
Estadia/Almoço - Ana Margarida da Encarnação